Se você é gestor e está acostumado com a dinâmica, por exemplo, do famoso “chão de fábrica”, já deve ter ouvido muita coisa sobre balanceamento de linha de produção, não é verdade?
Resumidamente, o balanceamento de linha é uma estratégia utilizada para organizar as operações, a fim de evitar gargalos e otimizar os processos produtivos.
Mas será que esse conceito está claro como deveria estar na sua cabeça e você conhece as melhores práticas para realizá-lo?
Para saber isso e muito mais, confira este post na íntegra!
O que é o balanceamento de linha de produção?
Quando uma mercadoria é exposta na prateleira de um estabelecimento significa que muito trabalho acontece nos “bastidores”. Para que sua produção seja realizada, é necessário um conjunto de operações e estratégias.
Uma dessas metodologias é o balanceamento de linha e seu principal objetivo é encontrar o equilíbrio entre a carga de trabalho dos operadores e dos equipamentos.
Ou seja, a técnica se resume em alocar tarefas às estações de trabalho que compõem a linha, de modo que todas elas possuam a mesma demanda e o mesmo tempo de execução de tarefas.
Com isso, o fluxo de produção se torna uniforme.
O que considerar ao executar o balanceamento de linha?
Para que o balanceamento de linha de produção possa ser realizado de forma eficiente, algumas premissas devem ser consideradas, como por exemplo:
- Dividir as operações de trabalho em elementos/tarefas menores, as quais possam ser realizadas de maneira independente;
- Calcular — através de métodos como o MTM e o MOST — o tempo padrão para que cada elemento de trabalho seja efetuado;
- Estabelecer a ordem de execução das tarefas, ou seja, elaborar um roteiro do processo produtivo, a fim de evitar que uma etapa de produção “atropele” a outra e toda a linha seja prejudicada;
- Somar os elementos de trabalho para obter o tempo de ciclo total de uma estação;
- Não formar um posto de trabalho com uma atividade que tenha duração superior à duração do ciclo, pois isso evita gargalos de produção;
- Fazer o possível para estipular o mesmo volume de tempos ociosos em cada estação de trabalho para que as linhas de produção se mantenham uniformes.
Quais as práticas para realizar o balanceamento de linha?
Agora que você já sabe as principais considerações que deve fazer, é hora de conhecer os métodos utilizados para efetuar um balanceamento de linha de produção.
Acompanhe:
- Determinar o número mínimo de postos de trabalho;
- Formar grupos para cada posto de trabalho, juntando os elementos individuais;
- Validar a eficiência do grupo selecionado.
Na sequência, ainda é preciso considerar o seguinte:
- Caso o tempo de um posto de trabalho seja superior ao tempo gasto por um operador, é necessário acrescentar operadores ao posto em questão;
- Para obter o equilíbrio da linha de produção é fundamental agrupar corretamente as atividades para que os tempos de produção em cada posto correspondam ao tempo de ciclo (ou estejam abaixo dele);
- Por fim, é imprescindível conhecer as variáveis presentes nas principais fórmulas adotadas no balanceamento:
- TC = tempo de produção;
- N = tempo total para produzir um componente;
- NR = número real de operações;
- E = eficiência do balanceamento.
Como funciona o balanceamento de linhas na prática?
Para facilitar o entendimento, vejamos como as coisas ocorrem na prática. Confira o exemplo:
Uma linha de montagem conta com operadores que atuam 45 minutos, tendo a meta de produzir 10 peças por hora. Nesse sentido, o tempo de produção (TC) de cada peça pode ser calculado da seguinte forma:
TC = 45/10 = 4,5 minutos/peça
Sabemos ainda, que temos 5 postos de trabalho (NR) e a somatória dos tempos de produção de cada operador (Ti) é igual a 17,5. Com isso, podemos calcular o número de operadores para produzir a demanda necessária:
N = Ti/TC = 17,5/4,5 = 3,89 operadores (arredondando para 4)
Agora, deve ser feita uma tabela com a divisão do trabalho entre os operadores nos postos, agrupando as tarefas sem ultrapassar o TC = 4,5.
Em seguida, basta calcular a eficiência do balanceamento:
E = N/NR
E = 3,89/5
E = 77,8%
Com isso, após interpretar a tabela de divisão do trabalho, será possível concluir que alguns postos trabalharão 100% do tempo de ciclo, enquanto os demais terão porcentagens menores (77,8%).
Logo, com 4 operadores a linha não estará balanceada, precisando de 5 colaboradores.
Conclusão
Depois de conhecer melhor os detalhes que envolvem o balanceamento de uma linha de produção, fica bastante evidente que a estratégia bem aplicada garante maior eficiência às operações.
Consequentemente, os desperdícios diminuem, o faturamento aumenta e o desempenho geral melhora, bem como os resultados.
Assim, devemos sempre ter atenção às particularidades de cada empresa e observar como andam os indicadores e cada uma das etapas produtivas.
Vale destacar também, que existem outras maneiras de realizar o balanceamento das linhas, dentre elas:
- Adquirir máquinas adicionais e mais modernas;
- Controlar os estoques intermediários;
- Aumentar a velocidade de alimentação dos equipamentos;
- Aperfeiçoar os métodos produtivos;
- Ajustar a velocidade da linha;
- Subcontratar e terceirizar.
Portanto, as alternativas secundárias devem ser conhecidas pela gestão. Afinal, é primordial que havendo a impossibilidade de implementar o Plano A, haja um Plano B, no mínimo.
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